O que é aluguel short stay?
O aluguel short stay nada mais é que um aluguel de curta duração – ou chamado de aluguel de temporada. Esse modelo de locação tem duração de até 90 dias e conta com contratos simplificados, geralmente menos burocráticos do que os contratos tradicionais de aluguel residencial.
Com a expansão de plataformas como Airbnb e Booking, as estadias em apartamentos, em comparação com hotéis tradicionais, ganharam popularidade, pela praticidade do agendamento online e por oferecer comodidade tanto para os proprietários como para os hóspedes.
Conforme dados do Airbnb – maior player desse segmento –, entre 2020 e 2023, o número de noites agendadas na plataforma na América Latina quase triplicou, de 22 milhões para 64 milhões de agendamentos.
Junto desse crescimento, investir em imóveis para aluguel short stay tem se tornado uma alternativa cada vez mais atrativa. Essa modalidade oferece um retorno potencialmente maior em comparação ao aluguel tradicional, atraindo investidores que buscam rentabilidade e flexibilidade na gestão de seus imóveis.
Confira dados de rentabilidade do investimento em imóveis de short stay em diversas cidades no país, além de outros dados atualizados.
Como funciona o short stay?
Sem exigência de contrato ou garantia locatícia, o aluguel short stay ocorre de forma simplificada por sites que intermediam o aluguel entre clientes e anfitriões. Na maioria dos casos, os inquilinos realizam o pagamento já na reserva, e os anfitriões recebem após o check-in dos hóspedes.
Na plataforma no Airbnb, por exemplo, para estadias mais curtas (de até 27 dias), o pagamento é feito para o anfitrião no fim do primeiro dia útil após o check-in do hóspede. Para hospedagens mais longas, é feito após o primeiro mês do check-in.
Para ser considerado aluguel de temporada, a locação tem um limite de 90 dias, previsto na Lei do Inquilinato (n.º 8.245/1991), que regulamenta os contratos de locação no Brasil. Conforme a legislação, se o contrato de aluguel ultrapassar esses 90 dias, ele passa a fazer parte da lei de locação anual, sem as particularidades de aluguel de temporada – como um contrato simplificado, por exemplo.
Além de oferecer praticidade aos locatários, o aluguel de temporada também é uma excelente oportunidade de investimento, especialmente em regiões turísticas e litorâneas, onde a demanda costuma ser mais alta. No entanto, é importante considerar a variação dos rendimentos ao longo do ano:
- durante a alta temporada – como no verão e em períodos de férias – a taxa de ocupação tende a ser significativamente maior, assim como em épocas de grandes eventos na cidade;
- na baixa temporada, a rentabilidade pode cair, exigindo estratégias para atrair locatários e manter o fluxo de ocupação.
Existem também outros custos e responsabilidades que o proprietário deve levar em conta na hora de investir em short stay. Para não restar dúvidas, vamos esclarecer todas essas questões mais abaixo.
Qual a diferença entre short e long stay?
A principal diferença entre short stay e long stay está no tempo de permanência e na flexibilidade dos contratos. Enquanto o short stay se destina a estadias de curta duração, de até 90 dias, o long stay é voltado para locações mais longas, que podem ultrapassar esse período, conforme o infográfico abaixo:
Por que devo investir em short stay?
O aluguel de temporada tem se tornado uma opção cada vez mais buscada para investidores do mercado imobiliário.
De acordo com o Ranking MySide Melhores Cidades para Investir © 2025, o retorno do aluguel de temporada entre 2019 e 2024 nas cidades mais rentáveis para essa modalidade de investimento superou os ganhos com aplicações tradicionais – como poupança, renda fixa e variável – no mesmo período.
O estudo simula o desempenho de três modalidades imobiliárias—imóveis na planta, aluguel anual e aluguel de temporada—ao longo de cinco anos em mais de 50 cidades brasileiras, comparando os resultados com investimentos tradicionais, a partir de um mesmo valor investido inicialmente.
Os números falam por si: enquanto o retorno médio anual das 10 melhores cidades para investir em aluguel de temporada alcançou 14,68%, as aplicações tradicionais registraram ganhos inferiores a 9% ao ano.
Durante o período de estudo do Ranking MySide, as 10 cidades mais rentáveis para locações de short stay apresentaram uma média de rentabilidade anual superior à das 10 cidades mais atrativas para aluguel anual.
Outro fator essencial é a demanda crescente, impulsionada pela expansão do turismo no Brasil. Em 2024, o país recebeu um recorde de 6,5 milhões de turistas estrangeiros, um aumento de 12,6% em relação ao ano anterior. O turismo doméstico também teve destaque: em 2023, 20,4 milhões de brasileiros viajaram dentro do país, movimentando R$ 20 bilhões na economia.
A sazonalidade e os picos de ganhos são outro grande atrativo desse mercado. Em épocas de alta demanda, como feriados, verão e grandes eventos culturais ou esportivos, as tarifas podem ser reajustadas para valores muito superiores ao aluguel tradicional.
O efeito da sazonalidade é ainda maior em cidades turísticas e destinos litorâneos, que oferecem as melhores oportunidades para investidores de aluguel de temporada. Conforme o Ranking MySide, as 10 cidades mais rentáveis nessa modalidade de investimento entre 2019 e 2024 são cidades do litoral, com destaque para Santa Catarina e Rio de Janeiro.
O que devo saber para o investir em aluguel de temporada?
Antes de investir em um imóvel para short stay, é essencial avaliar alguns fatores que podem impactar diretamente a rentabilidade do seu investimento.
A localização do imóvel é um dos fatores mais determinantes para o sucesso do aluguel de temporada. Regiões litorâneas e cidades turísticas são altamente procuradas por viajantes, garantindo uma taxa de ocupação mais alta ao longo do ano – sobretudo na temporada.
Dentro de uma cidade, é importante também escolher um bairro bem localizado, com fácil acesso a transporte e com boa infraestrutura – como supermercados e restaurantes.
Lucas Bagatim, Head de Pré-Vendas e especialista no processo de compra de imóveis, recomenda que seus clientes priorizem imóveis em regiões estratégicas durante o processo de compra, como áreas próximas a praias e bairros centrais onde ocorrem eventos, como opções promissoras.
Em Florianópolis, por exemplo, imóveis próximos a centros de eventos empresariais no Centro costumam registrar alta ocupação em estadias curtas durante os períodos de conferências. Já nas proximidades das praias, a procura é maior durante o verão.
Por outro lado, o especialista aponta que, em áreas próximas a universidades, é mais vantajoso optar por contratos de locação anuais, atendendo à demanda de estudantes por estadias de longo prazo. Essa análise detalhada do perfil da localização é fundamental para alinhar o tipo de aluguel ao público-alvo e maximizar o retorno sobre o investimento.
Junto do endereço, a experiência do hóspede é o que dita o sucesso do seu investimento pois determina as avaliações do seu imóvel nas plataformas de aluguel.
Via de regra, para garantir boas notas, o apartamento precisa oferecer conforto e itens básicos para os hóspedes como Wi-Fi, ar-condicionado, roupas de cama e banho, televisão, utensílios de cozinha e uma decoração agradável. Imóveis mobiliados se destacam, atraindo mais clientes.
Isso porque a preferência por alugar um pequeno apartamento ao invés de um quarto de hotel ocorre, sobretudo, por a primeira opção oferecer um espaço maior, conforto, privacidade e a comodidades que a maioria dos hotéis não possui, como cozinhas equipadas, lavanderia, etc., que permitem uma experiência mais personalizada.
→ Quer saber quanto você precisa para decorar seu imóvel? Confira a nossa calculadora e saiba quanto custa para mobiliar um apartamento.
Além do investimento inicial na compra e mobiliário do imóvel, os custos operacionais precisam ser levados em conta.
Manutenção regular, limpeza entre estadias, reposição de itens essenciais e taxas de administração de plataformas vão impactar os seus ganhos. É importante fazer o levantamento desses gastos na hora de escolher o imóvel e precificar a diária.
Taxas das principais plataformas:
- Airbnb: a taxa é normalmente dividida entre o proprietário e o hóspede, sob o custo total da hospedagem, incluindo taxas de limpeza. O locador fica com responsável por cerca de 3% do valor, enquanto o hóspede paga cerca 14,2% do subtotal da reserva (cobrada como “taxa de serviço do Airbnb”). Existem casos específicos em que o dono do anúncio paga integralmente (se o anúncio é de uma acomodação tradicional, como hotel, por exemplo). Vale checar o site do Airbnb para ver as especificações.
- Booking: as taxas da plataforma ficam entre 15%-25% do valor da reserva, variando conforme o local e temporada. Em endereços bem turísticos ou durante grandes eventos, as taxas costumam aumentar, e vice versa. Para saber as informações completas, visite o site do Booking.
Por isso, Lucas avalia que um diferencial no sucesso do investimento em short stay está na contratação de uma boa gestora de imóveis, pois, ao oferecer um gerenciamento do imóvel mais profissional e particular, o anúncio se torna mais atraente para os potenciais locatários. Esse cuidado pode garantir maior ocupação, diárias mais altas e um retorno financeiro mais lucrativo para o investimento.
A sazonalidade, ou seja, a variação da demanda ao longo do ano, é talvez um dos principais fatores que devem ser analisados na hora de investir, para entender como será o seu fluxo de rendimento ao longo do ano.
A tributação também deve ser considerada, pois há impostos específicos para esse tipo de atividade, como o Imposto de Renda sobre rendimentos de aluguel e possíveis taxas municipais.
O pagamento do IR deve ser feito todo mês pelo programa Carnê-Leão (no caso de pessoa física), seguindo a tabela progressiva do Imposto de Renda, que aumenta a alíquota conforme o valor recebido. Algumas despesas, como IPTU, condomínio e taxas de administração, podem ser descontadas se forem pagas pelo dono do imóvel
Em 2024, rendimentos até R$ 2.640,00 por mês (após o desconto simplificado de R$ 528,00) são isentos do pagamento do imposto.
Se o total recebido for maior que esse valor, o imposto será calculado com base na tabela da Receita Federal, com alíquotas que variam de 7,5% a 27,5%, conforme a faixa de renda. Mesmo se estiver isento, os valores precisam ser informados na Declaração de Imposto de Renda.
→ Para entender sobre esse pagamento, veja nosso conteúdo sobre como declarar o imóvel imposto de renda.
Outras taxas que podem ser cobradas é a de coleta de lixo o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), que incide sobre propriedades privadas em centros urbanos.
A TCRS (Taxa de Coleta de Resíduos Sólidos) em Florianópolis, em 2025, está entre cerca de R$360,00 e R$720,00, conforme a Prefeitura de Florianópolis.
A alíquota do IPTU varia conforme o município e região, e é cobrado em cima do valor venal do imóvel.
Por fim, é importante estar atento aos aspectos legais da sua cidade ou do condomínio do seu imóvel, pois podem haver restrições para esse tipo de locação, tendo em vista que não existe uma legislação específica somente para short stay.
Onde investir em imóveis para aluguel short stay?
De acordo com o Ranking MySide 2025, as três cidades mais rentáveis para investimento em imóveis voltados para aluguel short stay são Itapema (SC), Vila Velha (ES) e Balneário Camboriú (SC).
Confira o ranking completo abaixo:
Ranking | Cidade | Retorno Sob Investimento Médio Anual |
---|---|---|
1º | Itapema (SC) | 17,00% |
2º | Vila Velha (ES) | 16,30% |
3º | Balneário Camboriú (SC) | 15,90% |
4º | Itajaí (SC) | 15,50% |
5º | Florianópolis (SC) | 14,30% |
6º | Niteroi (RJ) | 14,10% |
7º | Maceió (AL) | 13,90% |
8º | Rio de Janeiro (RJ) | 13,80% |
9º | João Pessoa (PB) | 13,30% |
10º | Guarujá (SP) | 12,70% |
O destaque de Itapema (SC) ao longo do período do estudo nesta modalidade – além do investimento na planta, em que a cidade também ocupa a primeira posição – ocorre por conta de um mercado imobiliário aquecido, localização privilegiada (próximo a grandes centros do litoral catarinense, como Balneário Camboriú e Florianópolis), apelo turístico e valorização do metro quadrado.
Atualmente, a cidade possui o segundo metro quadrado mais caro do Brasil, atrás somente de Balneário Camboriú e, entre 2019 e 2024, a rentabilidade de Itapema no investimento imobiliário se deve muito ao crescimento do valor do metro quadrado.
Vila Velha (ES), localizada na região metropolitana de Vitória, alia preços competitivos no mercado imobiliário a uma infraestrutura urbana em crescimento, o que fortalece seu potencial no segmento de short stay.
A proximidade com a capital capixaba e suas paisagens naturais contribuem para a valorização da região, atraindo turistas e profissionais que buscam hospedagem temporária
Balneário Camboriú (SC), terceira no ranking, possui o metro quadrado mais caro do Brasil, de R$ 13.911, conforme informações do FipeZAP de dezembro de 2024. Conhecida por suas praias urbanas, arranha-céus imponentes e infraestrutura turística de alto nível, a cidade vem numa onda de valorização constante há mais de 2 anos.
Com uma alta demanda durante a temporada de verão e um fluxo contínuo de visitantes ao longo do ano, o estudo demonstra que, nos últimos 5 anos, BC foi uma praça de alta rentabilidade no setor de short stay – ainda que precise de um capital inicial muito mais elevado do que outras praças, por exemplo, por conta do seu valor do metro quadrado.
Atenção: É importante lembrar que o estudo se baseia em dados históricos e, como ocorre com qualquer análise de investimento, resultados passados não garantem retornos futuros.
Ranking MySide Melhores Cidades para Investir 2025
O Ranking MySide Melhores Cidades Para Investir em Imóveis© 2025 utiliza os dados do FipeZAP, além das bases do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Banco Central do Brasil e outras fontes econômicas nacionais. A avaliação considera a rentabilidade efetiva para diferentes tipos de investimentos imobiliários.
Para cada cidade, foi considerado o cenário de valorização de imóveis na planta e rentabilidade de aluguel, avaliados entre outubro de 2019 e setembro de 2024. Ao fim, o estudo apresentou três rankings: de imóveis na planta, alugueis anuais e o de short stay (aluguel de temporada).
A análise considera um cenário de investimento inicial de R$ 500 mil em outubro de 2019. Ao final de 5 anos (setembro de 2024), a pesquisa compara o desempenho do investimento imobiliário com outras modalidades, como renda fixa, variável, poupança e inflação no mesmo período.
Na metodologia, calculou-se o retorno com base em taxas de ocupação e custos de manutenção específicos para imóveis alugados e a valorização dos imóveis comprados na planta. Variáveis como taxa de corretagem, ITBI, e desconto de valor presente também foram aplicadas para garantir uma análise realista.
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