10 opções (e mais) de como investir no mercado imobiliário

Basicamente, há duas formas de investir no mercado imobiliário:
- comprando um imóvel, seja ele um terreno, casa ou apartamento;
- ou comprando o direito de acumular rendimentos sobre um título, fundo ou ação imobiliária, ou seja, ganhar juros sem necessariamente ter um imóvel no seu nome.
Essas duas abordagens incluem diversas opções de ativos, divididas em dois tipos:
- investimento em Papel, que não está atrelado à compra de um imóvel,
- ou o investimento em Tijolo, que significa a compra do patrimônio físico.
Neste texto quero usar minha experiência de anos de investimento pessoal em ativos diversificados como ferramenta para te guiar pelas diferentes possibilidades de rentabilizar no mercado imobiliário.
Além da experiência pessoal, diariamente na MySide, eu e a equipe de Personal Shoppers imobiliários auxiliamos os investidores (desde iniciantes até os mais experientes) a escolherem a melhor opção considerando as necessidades individuais, visando sempre o máximo rendimento.
Nada mais justo que trazer esse conhecimento adquirido para você através nosso Guia Imóveis.
Para entender o investimento ideal para o seu perfil, confira uma análise completa dos tipos de investimento disponíveis no mercado imobiliário, seguindo cinco critérios fundamentais:
- Capital mínimo para começar a investir;
- Conhecimento para investir;
- Liquidez;
- Risco; e
- Potencial de rentabilidade comparado ao CDI.
Navegue pelo sumário e vá direto ao que importa:
1. Terreno
- Tipo de investimento: Tijolo
- Capital mínimo inicial: médio/alto
- Conhecimento para investir: instruído
- Liquidez: média
- Risco: muito Baixo
- Potencial de rentabilidade máxima (comparada ao CDI): muito acima
Abrindo a lista de investimentos em Tijolo, ou seja, com a compra de um imóvel físico, apresento o investimento em Terreno.
Comprar um terreno também é uma forma de investir em um imóvel, mesmo que não imediatamente. Nesse caso, o investidor ganha tempo para organizar as próprias finanças e construir a propriedade em um momento mais oportuno, ou ainda vender no futuro ganhando sobre a valorização da área.
Buscar regiões com tendência de valorização ainda pouco exploradas pode ser uma boa oportunidade para quem busca investir em terrenos.
Outra boa opção nesse caso é comprar terrenos em loteamentos fechados, que em um cenário de escassez se tornam cada vez mais atrativos.
Costumo dizer que terrenos são o "porto seguro" do investimento em imóveis. Isso porque mesmo que você tenha pouco conhecimento sobre o mercado imobiliário, o risco nesse investimento é muito baixo.
Pense bem: com o avanço das construções, os terrenos serão cada vez mais raros. A procura por terras só aumenta à medida que as cidades avançam e as restrições ambientais de explorações de terras são cada vez mais rígidas.
Na prática a máxima é: terra não se fabrica, já pensou por esse lado?
Como nem tudo são flores, ao investir em terreno pondere que, às vezes, não é tão fácil vendê-lo, ou seja, possui uma liquidez mais baixa em relação a outros ativos. Por isso, se desejar vender rapidamente, talvez você precise diminuir o preço de mercado do imóvel.
2. Imóvel na planta
- Tipo de investimento: Tijolo
- Capital mínimo inicial: médio
- Conhecimento para investir: instruído
- Liquidez: muito baixa
- Risco: baixo
- Potencial de rentabilidade máxima (comparada ao CDI): muito acima
Comprar um imóvel na planta é uma das formas mais tradicionais de investir em apartamentos. Como a obra ainda está na etapa inicial, os preços costumam ser mais acessíveis que os de um imóvel pronto, por exemplo.
Nessa situação, a negociação do patrimônio acontece diretamente com a construtora e, no momento da entrega das chaves, você pode quitar o bem através de um financiamento imobiliário.
Portanto, ficar atento às taxas de juros e fazer uma simulação de financiamento imobiliário são medidas que podem te ajudar a se preparar para esse momento.
Essa é uma das formas mais indicadas de investimento, uma vez que a valorização de um apartamento na planta tende a estar entre 30 e 50% do valor do aporte inicial.
Além disso, comprando na planta você potencializa as duas formas mais comuns de ganhar dinheiro investindo em imóveis: aproveita o pico de valorização imobiliária do apartamento e ainda pode alugá-lo e se beneficiar dos rendimentos mensais depois da entrega das chaves.
Mas é claro que para maximizar o retorno, você precisa escolher a cidade e o tipo de imóvel mais adequados ao investimento.
Se tem dúvida sobre os lugares mais lucrativos, não deixe de conferir o Ranking MySide Melhores Cidades para Investir© 2025, que desenvolvemos com uma metodologia própria.
Para investimento em imóveis na planta, o estudo revelou que Itapema (SC), líder no ranking, foi a cidade que no cenário padrão teria o maior rendimento nos últimos cinco anos.
O município registrou uma rentabilidade média de 22,1% ao ano de outubro de 2019 até setembro de 2024, até quatro vezes maior que o rendimento médio em investimentos tradicionais, como renda fixa, no mesmo período, considerando o mesmo valor de investimento inicial.
Por que isso é importante? É relativamente simples avaliar se a valorização do imóvel adquirido foi maior ou menor do que a média do mercado. No entanto, o investidor qualificado deve conseguir analisar se o retorno de sua transação foi mais vantajoso do que outras opções de investimento disponíveis, como, por exemplo, investimentos em diferentes localizações.
Confira o ranking das 10 melhores cidades para investir em imóveis na planta:
- Itapema, SC - 22,1% ao ano
- Vila Velha, ES - 20,3% ao ano
- São José, SC - 19,7% ao ano
- Itajaí, SC - 19,6% ao ano
- Balneário Camboriú, SC - 19,1% ao ano
- Goiânia, GO - 18,6% ao ano
- São José dos Campos, SP - 17,7% ao ano
- Maceió, AL - 17,6% ao ano
- Curitiba, PR - 17,6% ao ano
- Vitória, ES - 17,4% ao ano
Dica do especialista → Na minha opinião, o investimento em imóveis na planta é a melhor alternativa (com poucas exceções). Pesquisando bem sobre a solidez das construtoras você consegue diminuir muito o risco envolvido no negócio.
O retorno do investimento costuma ser mais certeiro e consideravelmente maior que terrenos e imóveis prontos. Para potencializar ainda mais a rentabilidade, invista logo na fase de lançamento imobiliário, no momento em que a construtora inicia as vendas do produto e a construção ainda não começou.
Fica aqui meu alerta pela falta de liquidez desse investimento. Vender um apartamento na planta antes da entrega das chaves, o famoso ágio, é difícil, especialmente se você não estiver disposto a abrir mão do preço.
As multas por "desistir da compra" no meio da construção do prédio são altíssimas. Portanto, só opte por esta modalidade se você tiver capital reserva para eventualidades, caso não consiga vender o imóvel no momento que deseja.
→ Se quiser saber mais informações sobre as alternativas mais interessantes para investir, confira o conteúdo sobre qual é o melhor apartamento para investir.
3. Imóvel pronto ou usado
- Tipo de investimento: Tijolo
- Capital mínimo inicial: alto
- Conhecimento para investir: instruído
- Liquidez: baixa
- Risco: muito baixo
- Potencial de rentabilidade máxima (comparada ao CDI): equivalente
Outra forma de apoiar seu capital no setor imobiliário é adquirir um imóvel usado. Aqui, caso você esteja disposto a passar o pente-fino em suas opções, um bom negócio pode estar virando a esquina.
Isso porque os preços são ajustados à realidade do imóvel e, em algumas situações, à realidade do proprietário dele. Em função disso, os valores praticados são geralmente menores quando comparados à compra de uma casa nova.
Quem investe nesta modalidade costuma alugar o imóvel e calcular a rentabilidade do investimento por meio de uma fórmula simples: o valor mensal do aluguel dividido pelo preço do imóvel.
Por exemplo, se o aluguel for de R$ 2,5 mil e o imóvel foi adquirido por R$ 500 mil, o retorno, também conhecido como yield, seria de 0,5% ao mês.
Mas, da mesma forma que nos imóveis na planta, o investimento em um imóvel usado depende de variáveis como a localização e o modelo do imóvel.
3.1.Rendimento com aluguel anual
- Tipo de investimento: Tijolo
- Capital mínimo inicial: alto
- Conhecimento para investir: instruído
- Liquidez: média
- Risco: muito Baixo
- Potencial de rentabilidade máxima (comparada ao CDI): acima
No caso de investimento em imóvel para aluguel tradicional, além da valorização de cada região, é fundamental calcular o rendimento considerando todos os custos envolvidos, como ITBI, corretagem, taxas cartorárias e despesas operacionais, que podem variar de acordo com o tipo de investimento.
Esse cálculo é a base do estudo do Ranking de Melhores Cidades para investimento em aluguel. Calculamos os resultados com base em fontes confiáveis, como Índice FipeZAP, IBGE, Banco Central, FGV IBRE e bancos de dados próprios da MySide, especialista no setor com mais de 55 mil imóveis cadastrados.
Então, se você está pensando em comprar um imóvel e alugá-lo anualmente, confira as 10 melhores cidades para esse tipo de investimento:
- São José, SC - 16,6% ao ano
- Goiânia, GO - 15,1% ao ano
- São José dos Campos, SP - 14,6% ao ano
- Curitiba, PR - 13,3% ao ano
- Florianópolis, SC - 13,1% ao ano
- Praia Grande, SP - 12,8% ao ano
- Barueri, SP - 12,1% ao ano
- Joinville, SC - 11,5% ao ano
- Santos, SP - 10,6% ao ano
- Recife, PE - 9,8% ao ano
*Todos os cálculos do estudo foram feitos com base em um modelo de imóvel pronto para morar.
3.2. Rendimento com aluguel short stay
- Tipo de investimento: Tijolo
- Capital mínimo inicial: alto
- Conhecimento para investir: instruído
- Liquidez: média
- Risco: muito baixo
- Potencial de rentabilidade máxima (comparada ao CDI): acima
Se você pretende comprar um imóvel para alugar na temporada, o estudo da MySide também traz as melhores cidades para investir em aluguel Short Stay (aluguéis de curta duração).
Ranking das melhores cidades para investir em imóveis para aluguel short stay:
- Itapema, SC - 17,0% ao ano
- Vila Velha, ES - 16,3% ao ano
- Balneário Camboriú, SC - 15,9% ao ano
- Itajaí, SC - 15,5% ao ano
- Florianópolis, SC - 14,3% ao ano
- Niterói, RJ - 14,1% ao ano
- Maceió, AL - 13,9% ao ano
- Rio de Janeiro, RJ - 13,8% ao ano
- João Pessoa, PB - 13,3% ao ano
- Guarujá, SP - 12,7% ao ano
O que precisa ser considerado: O aluguel short stay são imóveis que possuem estadia máxima de até 90 dias. Essas propriedades estão sujeitas à vacância sazonal, pois a demanda pode variar ao longo do ano, com alguns imóveis sendo mais alugados e valorizados em determinadas épocas.
Por isso, você deve avaliar se essa modalidade de investimento está alinhada com o seu perfil financeiro, considerando as flutuações na taxa de ocupação
Mas, atenção: se você for investir comprando um imóvel usado, não se esqueça de observar o estado de conservação, colocando na ponta do lápis possíveis custos adicionais com reformas e manutenções. Assim, depois de todas as considerações e especialmente de uma visita ao imóvel, a decisão pode ser tomada.
Dica do especialista → A maior parte da valorização de um imóvel ocorre durante a construção. Portanto, imóveis prontos ou usados têm um menor potencial de rentabilidade, mas são excelentes alternativas para investidores que buscam ganhos com aluguel.
Investir em aluguel requer uma boa parceria com imobiliárias, para conseguir locatários com agilidade - o maior “ônus” de investir em aluguel está em deixar o imóvel vazio, sem inquilinos, dado que, além de "perder" o valor do aluguel, você terá que arcar com custos de condomínio, energia, água e manutenção.
4. Imóvel comercial
- Tipo de investimento: Tijolo
- Capital mínimo inicial: alto
- Conhecimento para investir: experiente
- Liquidez: baixa
- Risco: baixo
- Potencial de rentabilidade máxima (comparada ao CDI): acima
Seja para montar uma loja física ou alugar para terceiros, ter uma sala comercial estrategicamente localizada pode garantir ao proprietário uma renda confortável para a vida toda. Por sinal, até mesmo uma propriedade usada pode se tornar um centro comercial badalado.
Imagine só: o proprietário de uma casa antiga, situada em uma rua agitada ou no centro da cidade, decide vendê-la por conta do movimento ou barulho excessivo. Pois bem, essa situação pode representar uma bela oportunidade de negócio!
Dica do especialista →
Imóveis comerciais podem ser excelentes opções, tanto para retorno com aluguel quanto com valorização.
Meu conselho é: só escolha esta modalidade se você tiver um conhecimento avançado sobre a dinâmica de negócios da cidade e especificamente do mercado de imóveis comerciais. Pense bem: quem nunca viu um imóvel comercial que passou um longo período vazio, sem nenhum locatário?
Alerta oportunidade
Uma das formas mais vantajosas de rentabilizar os imóveis prontos e comerciais é através do rendimento com aluguel. Mas para essa estratégia funcionar, você precisa garantir que o imóvel cumpra alguns fatores, como estar localizado em uma região de alta demanda por aluguel, e também atender o perfil do público da região. Para saber mais sobre como fazer um bom investimento em imóvel para alugar, confira o conteúdo!
5. Galpões logísticos e depósitos
- Tipo de investimento: Tijolo
- Capital mínimo inicial: alto
- Conhecimento para investir: especialista
- Liquidez: muito baixa
- Risco: baixo
- Potencial de rentabilidade máxima (comparada ao CDI): acima
Pontos de apoio fundamentais para a rede varejista, não é de hoje que os galpões logísticos são vistos com bons olhos pelos investidores. Segundo levantamento feito pela consultoria Binswanger Brazil, o nosso país tem mais de 21 milhões de metros quadrados em galpões logísticos.
Mas não só as grandes metrópoles se valem dessas grandes estruturas. Empresas menores em pequenas cidades também aproveitam os galpões como sede para as suas operações, o que abre brecha para investimentos de diferentes tamanhos.
Vale ressaltar também que há fundos imobiliários (FIIs) com portfólios específicos de galpões. Se você gostou da ideia, mas ainda não está convencido de investir um grande capital nesses espaços, analisar o rendimento desses fundos pode ser interessante.
Dica do especialista → De forma bem direta, esta modalidade é para profissionais que trabalham integralmente com investimentos imobiliários na área logística. É um nicho muito específico, que requer alto conhecimento e dedicação completa na administração.
6. Imóvel de leilão
- Tipo de investimento: Tijolo
- Capital mínimo inicial: alto
- Conhecimento para investir: especialista
- Liquidez: baixa
- Risco: muito Alto
- Potencial de rentabilidade máxima (comparada ao CDI): muito acima
Dou-lhe uma, dou-lhe duas, vendido!
Uma das práticas mais antigas do comércio continua sendo uma chance quente para investidores sempre em busca de novas apostas. Afinal, por trás do “quem dá mais” se escondem casas, terrenos e imóveis renegados que podem render um bom dinheiro quando vistos como oportunidade de negócios.
Se você for por esse caminho, precisa conhecer bons portais de leilão virtuais, como o Portal Leilão Imóvel, além de ficar sempre atento a eventos extraordinários como os leilões realizados pela Receita Federal ou pela Caixa.
Dica do especialista →
Quem nunca ouviu falar daquele colega que ganhou um dinheirão comprando um carro ou imóvel pela metade do preço?
Por outro lado, aposto que você ouviu poucas vezes sobre aquela pessoa que comprou algo em leilão e perdeu metade do dinheiro. Isso significa algo bem simples: pessoas que perdem dinheiro não gostam de contar pra todo mundo.
Leilões de imóveis são dominados por empresas e pessoas que se dedicam integralmente a comprar e vender imóveis de leilões. Eles têm estudos completos e sabem se vale a pena comprar o imóvel disponível pelo preço que está sendo ofertado.
Se você não tiver experiência e for a um leilão, é muito provável que você só conseguirá comprar um imóvel que os especialistas optaram por não comprar e isso provavelmente significa que tem alguma coisa errada. Fique atento!
7. Imóvel a preço de custo
- Tipo de investimento: Tijolo
- Capital mínimo inicial: alto
- Conhecimento para investir: especialista
- Liquidez: muito baixa
- Risco: médio
- Potencial de rentabilidade máxima (comparada ao CDI): muito acima
Cada vez mais populares entre investidores, os imóveis a preço de custo são boas alternativas a compras mais tradicionais, como imóveis prontos ou na planta.
Na prática, os investidores se tornam “sócios” da obra, ajudando a financiá-la na medida em que a construção progride.
A compra de um imóvel a preço de custo pode acontecer de diferentes modalidades, como a Sociedade em Cota de Participação e a criação de uma cooperativa para a construção do imóvel.
Apesar de ser um investimento de alto risco, os imóveis a preço de custo são ativos bastante tentadores por representarem uma oportunidade de rendimentos significativa, considerando a redução do valor final do imóvel quando comparado a uma compra convencional.
Mas vale ressaltar também que esse é um investimento de alto capital e rápido, já que você precisa estar preparado financeiramente para quitar 100% do valor do imóvel até a entrega das chaves.
Todos os sócios também devem se preparar para, eventualmente, acelerar o fluxo de pagamento ou aumentar o desembolso, pois podem ocorrer imprevistos na obra, além de ter uma margem considerando o reajuste nos custos de construção.
Dica do especialista →
Gosto muito da modalidade de investimento em imóvel a preço de custo. Há um potencial de rentabilidade alto em um tempo relativamente curto. Meu alerta é: somente entre no negócio se você tiver muita confiança na empresa que administra a obra e conhecer o perfil de quem vai investir com você no mesmo prédio.
Pense bem, você entraria numa sociedade sem confiar nos seus sócios? Se o administrador da obra falecer, há uma estrutura capaz de manter o andamento da construção?
8. Fundos Imobiliários
- Tipo de investimento: Papel
- Capital mínimo inicial: baixo
- Conhecimento para investir: instruído
- Liquidez: conforme perfil do fundo
- Risco: conforme perfil do fundo
- Potencial de rentabilidade máxima (comparada ao CDI): conforme perfil do fundo
Os fundos imobiliários são o tipo mais famoso de investimento em papel. Ele são recursos mais acessíveis para ganhar dinheiro com um imóvel, sem necessariamente comprá-lo.
O que acontece aqui é que os investidores compram cotas de determinados fundos. Esses fundos, por sua vez, administram todo o capital dos “cotistas” comprando e alugando imóveis, ou ainda investindo em outros "papéis imobiliários” como o CRI e LCI, que te mostrarei em breve.
Assim, os investidores de cada fundo recebem periodicamente os “dividendos” desses aluguéis ou juros, sem ter a burocracia de administrar o patrimônio. Também não precisam desembolsar grandes quantias para começar a investir, já que aqui a “união de investimentos faz a força”. Outra forma de ganhar dinheiro investindo em fundos é a própria valorização da cota imobiliária.
Apesar de mais seguros se comparados a outras aplicações de renda variável, há uma infinidade de fundos imobiliários com diferentes “níveis de risco”.
Você também precisa analisar as características das opções mais vantajosas para os seus objetivos e o tempo que está disposto a colocar no investimento (curto, médio ou longo prazo) antes de apostar nessa alternativa.
Ou seja, antes de investir em um fundo nunca deixe de analisar a "lâmina do fundo". Conforme regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), todo fundo é obrigado por lei a apresentar informações básicas de funcionamento. O relatório que contém esses dados é chamado de "lâmina" e nele você encontrará dados como:
- a finalidade da aplicação do dinheiro investido,
- histórico de rendimento,
- saldo total aplicado
- e outros detalhes essenciais para analisar a saúde do fundo e assim tomar a melhor decisão.
Não se esqueça que nem sempre você precisa escolher entre comprar um imóvel ou colocar o seu dinheiro em um fundo imobiliário, uma vez que diversificar suas fontes de renda passiva tendo diferentes tipos de ativos é muito importante!
Dica do especialista →
A frase “investir em um fundo imobiliário” não significa muita coisa, pois um fundo nada mais é do que um gestor que investe os recursos em investimentos dos mais diversos tipos. Portanto, antes de investir em um fundo, defina bem o risco que você está disposto a assumir.
Entenda no que, de fato, o dinheiro está sendo aplicado e investigue o histórico do gestor do fundo. Afinal, quando você opta por um fundo, na prática, você está investindo na habilidade do gestor do fundo em rentabilizar seu patrimônio.
9. Ações imobiliárias e de construtoras
- Tipo de investimento: Papel
- Capital mínimo inicial: baixo
- Conhecimento para investir: experiente
- Liquidez: alta
- Risco: muito alto
- Potencial de rentabilidade máxima (comparada ao CDI): muito acima
Outra forma de investir no mercado imobiliário sem comprar imóveis é adquirir ações de empresas imobiliárias de capital aberto.
Algumas das maiores construtoras do Brasil estão entre as listadas na Bolsa de Valores e há inclusive um indicador exclusivo para a avaliação do desempenho das ações dessas empresas, o IMOB.
Algumas das maiores empresas da construção civil na Bolsa de Valores são as seguintes:
Empresa | Ticker | Destaque e/ou perfil corporativo |
---|---|---|
Alphaville Urbanismo | AVLL3 | Marca de maior reconhecimento no setor de loteamentos urbanos fechados no Brasil. |
Cyrela Realty | CYRE3 | 1º lugar no Prêmio Top Imobiliário 2020 nas categorias construtora e incorporadora. |
Cury Construtora | CURY3 | Uma das construtoras líderes no segmento de baixa renda no Brasil. |
Direcional Engenharia | DIRR3 | Está entre as 5 maiores construtoras do País com foco nos empreendimentos populares e médio padrão. |
Even | EVEN3 | Empresa com cerca de 95% da receita proveniente da incorporação de imóveis em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. |
EZTEC | EZTC3 | Foca nos empreendimentos residenciais de médio e alto padrão na cidade de São Paulo e Região. |
Helbor | HBOR3 | Fundada em 1977, foca na incorporação imobiliária na Região Metropolitana de São Paulo. |
JHSF | LAVV3 | Empresa que desenvolve negócios de incorporação, hospitalidade e renda recorrente em shopping e hotéis. |
Lavvi Empreendimentos | LAVV3 | Atua em incorporação e construção de empreendimentos residenciais e não-residenciais de médio e alto padrão na capital paulista. |
Melnick Desenvolvimento Imobiliário | MELK3 | Empresa com 50 anos de história e está entre as maiores incorporadoras do Rio Grande do Sul. |
Mitre Realty | MTRE3 | Atua como construtora e incorporadora na cidade de São Paulo com foco no público de média e média-alta renda. |
Moura Dubeux Engenharia | MDNE3 | É a maior incorporadora da região Nordeste e foca no segmento de edifícios de luxo e alto padrão. |
MRV Engenharia | MRVE3 | É a maior construtora e incorporadora com foco em empreendimentos econômicos e populares. |
Tenda Construtora | TEND3 | Uma das principais construtoras e incorporadoras com foco em habitação popular (faixas 1,5 e 2 do Casa Verde e Amarela). |
Trisul Construtora | TRIS3 | Foca nos segmentos de alto e médio padrão, sobretudo em São Paulo e no Distrito Federal. |
Fonte: Toro Investimentos
Investir em ações é certamente a escolha com o maior potencial de rendimento. Contudo, as ações representam um dos mais elevados riscos de perda do patrimônio.
A minha dica é: não invista em ações se você não tiver um conhecimento avançado no setor imobiliário e não tiver tempo para se dedicar na gestão da sua carteira.
Se você não tiver esse tempo disponível, lembre-se que há muitos especialistas que trabalham integralmente só investindo em ações. É muito provável que eles serão mais capazes de aproveitar as melhores oportunidades e, com isso, pode diminuir bastante o seu risco de perda. .
10. CRI e LCI
- Tipo de investimento: Papel
- Capital mínimo inicial: baixo
- Conhecimento para investir: instruído
- Liquidez: média
- Risco: baixo
- Potencial de rentabilidade máxima (comparada ao CDI): equivalente
A sopa de letrinhas pode confundir de início, mas no final do dia a lógica é simples: são títulos de renda fixa que representam um empréstimo para agentes da construção civil. Ou seja, esta é outra forma de investir em papel.
Assim, quem adquire os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI’s) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI’s) recebe uma promessa de pagamento do valor investido acrescido de juros, que podem ser corrigidos por indexadores como o CDI ou o IPCA, por exemplo.
O LCI e o CRI são isentos de Imposto de Renda para a pessoa física, o que representa uma grande vantagem para os investidores.
Além disso, o LCI é assegurado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que garante a devolução de até R$ 250 mil por CPF no caso de não pagamento do valor do título por parte de quem “tomou o empréstimo”, um fator que faz essa opção ser uma dos mais seguras para investir.
Outra diferença entre os dois títulos é a instituição que disponibiliza cada um deles: enquanto o CRI é um empréstimo emitido por securitizadoras, o LCI é emitido pelas próprias instituições financeiras. Portanto é necessário saber a reputação da entidade por trás dos títulos antes de adquirir um deles.
Não se esqueça de analisar o prazo mínimo de carência de cada, já que eles podem ir de 90 dias a 36 meses.
Dica do especialista →
CRI e LCI são formas de investimento que representam um "meio do caminho" entre risco e rentabilidade. É uma boa opção para quem quer buscar um rendimento um pouco acima da poupança e inflação, mas não está disposto a enfrentar um risco maior.
Mas pesquise antes de investir, especialmente nos CRIs, pois o nível de risco varia bastante conforme a instituição financeira emissora do título.
Como investir em um imóvel com pouco dinheiro?
Para começar, é bom saber que é um mito a história de que para investir no mercado imobiliário você precisa ter muito dinheiro. Esse tipo de investimento tem algumas modalidades que te permitem começar sem uma conta recheada.
Das opções que mostrei, as melhores para começar a aportar com pouco dinheiro são:
- Fundo Imobiliário;
- Ações Imobiliárias e de Construtoras;
- CRI e LCI;
- Imóvel na planta (pela flexibilidade de pagamento).
Ou seja, todos os investimentos em Papel e a compra de um imóvel na planta são bons negócios para quem está começando nessa vida de investimentos e ainda não tem muito capital.
Como estudar o mercado imobiliário?
Além de escolher o tipo de investimento que mais se encaixa no seu perfil, antes de investir você precisa estudar o mercado e entender seus movimentos, o aquecimento dele e onde estão as oportunidades de ouro nesse contexto.
Para isso, o primeiro passo é entender os ciclos de valorização imobiliária. Eles dão o “timing” de um bom investimento e garantem a estabilidade do setor que, além de períodos de “alta” ou “baixa”, passa por fases intermediárias: a recuperação e o excesso de ofertas.
Para saber “onde está pisando”, todo investidor imobiliário precisa conhecer as próprias características do setor e os motivos pelos quais pode ser uma boa jogada. Por exemplo, saber que os imóveis constituem um patrimônio sólido e físico, que pode ficar muitos anos no seu nome, ajuda a desembolsar o dinheiro com mais segurança.
Ah, e se você quiser ir mais fundo e se tornar um verdadeiro expert no mercado, trouxe algumas indicações de fontes confiáveis para você se jogar nos conteúdos:
- MySide - como o melhor amigo do comprador de imóveis, nosso portal serve como uma biblioteca de guias para quem deseja entrar no mercado imobiliário - seja comprando um imóvel para morar ou investindo. Com guias para iniciantes e artigos para quem tem mais conhecimento da área, o nosso objetivo é te ensinar a comprar com mais segurança.
- Lucrando com imóveis - tenho a honra de apresentar este podcast, em que compartilho dicas muito práticas sobre as opções de investimento no mercado imobiliário, baseadas em mais de 20 anos de experiência pessoal nessa área. Também convido especialistas em contabilidade, direito e outros segmentos para ajudar o espectador a investir com toda a tranquilidade.
- Imobi report - focado em notícias mais factuais e análises do mercado, os conteúdos do Imobi report são bem didáticos e eles ainda contam com uma newsletter gratuita.
- Terracotta Ventures - o portal Terracotta é um pouco mais voltado para as inovações e tendências tecnológicas do mercado imobiliário. Mas, mesmo para quem não é expert nesse nicho, ele é uma boa fonte para matar a curiosidade sobre novas tecnologias do setor.
Aqui, para finalizar, deixo algumas dicas fundamentais para que você possa começar a investir com a informação necessária.
Conheça seu perfil de investidor
O primeiro passo para fazer um bom investimento é entender quais riscos você está disposto a tomar, o volume de capital que você tem em mãos e quais são os resultados que você espera desse investimento. Basicamente, existem três perfis de investidores mais comuns:
Investidor conservador
Em geral são investidores que preferem estabilidade e previsão de rendimentos em vez de correr os riscos que investimentos mais rentáveis podem trazer.
No mundo dos imóveis, são investidores que buscam construir patrimônio a longo prazo e buscam opções de investimento imobiliário com garantia de retornos, mesmo que menores em relação às apostas de valorização.
Investidor moderado
Nem tão ao céu, nem tão ao mar, esse é o perfil do investidor moderado. É aquele que tem uma carteira mais diversificada de investimentos, e procura estar sempre atento às movimentações de mercado para equilibrar seus ativos.
Investidor arrojado
São os mais “aventureiros”. Assumem riscos maiores buscando resultados proporcionais. Esse perfil está mais adaptado a cenários incertos de rendimento e a volatilidade dos mercados.
Mesmo com esses três perfis mais comuns mapeados, é importante ter em mente que o nível de entendimento técnico sobre o investimento faz toda a diferença no resultado da sua aplicação.
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