Goiânia: a primeira capital planejada do Centro-Oeste do Brasil

Fundada em 1933, Goiânia não surgiu por acaso: a cidade foi criada especialmente para se tornar a capital do estado de Goiás. Ou seja, o município nasceu da ânsia e da persistência de criar uma cidade que melhor servisse aos propósitos e necessidades do estado.

Porém, a especulação de transferência da capital da antiga Vila Boa (cidade de Goiás ou Goiás Velho) para a Região Sul do estado é anterior à data. Afinal, com o fim do período do ouro, foi necessário direcionar uma parte da população para espaços demográficos vazios na tentativa de aumentar a produção econômica de GO.

Agora, para que você conheça a história de Goiânia em mais detalhes, faremos paradas estratégicas em pontos específicos da capital, como na casa e no setor mais antigo da cidade e no centro histórico do município, que foi planejado para representar Goiás.

Aceita voltar no tempo e conhecer a história dessa criação? Aperte os cintos, vamos aterrissar na década de 30!

Goiânia: a história da criação da nova capital de Goiás

Em 24 de outubro de 1933, Pedro Ludovico Teixeira (1891-1979), nomeado interventor federal por Getúlio Vargas e, posteriormente, governador do estado, fundou Goiânia, com o objetivo de transferir a capital de Goiás para a cidade.

Ela foi criada em cima das terras das fazendas Crimeia, Vaca Brava e Botafogo, áreas que faziam parte do município de Campinas (atual Setor Campinas). Já os responsáveis pelo projeto da cidade foram Atílio Correia Lima (autor do projeto inicial) e Armando de Godoi (que finalizou o esboço).

Assim, com um atraso de 180 anos desde as primeiras tentativas para realizar a transferência da sede do governo de Goiás, em 2 de agosto de 1935, por meio do Decreto Estadual 327, o município da nova capital foi criado, recebendo o nome de Goiânia.

Também foi através desse decreto que Campinas, Hidrolândia e parte das cidades de Anápolis, Bela Vista e Trindade passaram a constituir o município que, nas palavras de seu fundador, surgiu como “um farol para iluminar o estado”. Goiânia foi inaugurada oficialmente em 1942.

Inicialmente, o município teria 15 mil habitantes, com capacidade máxima para 50 mil moradores. Porém, por volta da década de 50-60, o crescimento populacional aumentou consideravelmente. Em 1996, a capital já atingia a marca de um milhão de habitantes.

Década de 50: a popularização e crescimento exacerbado da capital

A década de 50 foi decisiva para tornar a capital goiana o que ela é atualmente, já que foi nesse período que o crescimento demográfico do município começou a aumentar consideravelmente, rompendo com o planejamento habitacional do governo estabelecido em 1933.

Alguns fatores foram imprescindíveis para que esse fenômeno acontecesse, como mostra a linha do tempo abaixo.

• 1951: chegada da estrada de ferro na capital.
• 1951 a 1954: retomada da política de interiorização de Vargas.
• 1955: inauguração da Usina do Rochedo.
• 1956 a 1960: construção de Brasília, com obras viárias que promoveram a ligação do Planalto Central com o resto do país.
• 1955 a 1960: Eurico Viana, então prefeito da cidade, aprova a lei que permitia que donos de loteamentos não precisavam oferecer estrutura urbana para a criação de novos bairros.

Todos os marcos históricos citados foram decisivos para o surgimento de cerca de 100 novos bairros em locais mais afastados da cidade, fazendo com que boa parcela do município se desenvolvesse ao redor da região planejada por Pedro Ludovico Teixeira.

Em 2023, com 89 anos, Goiânia contabilizou 1.555.626 habitantes!

Petrônia ou Goiânia: o concurso que nomeou a nova capital de Goiás

Em 1933, o jornal O Social organizou o concurso que tinha como objetivo escolher o nome da nova capital com base na opinião popular. Dentre os nomes cogitados estavam Petrônia (em homenagem ao fundador da cidade, Pedro Ludovico) e Goiânia (sugerido pelo professor Alfredo de Faria Castro).

Em votação popular, Petrônia contou com a grande maioria dos votos, enquanto o nome Goiânia não reuniu nem 10 votos. No entanto, por decisão própria e razões desconhecidas, ignorando a vontade do povo, Pedro Ludovico Teixeira nomeou como Goiânia a nova capital de GO em 1935.

Setor Campinas: o bairro mais antigo de Goiânia

O Setor Campinas é um marco importante para a criação da capital, já que o bairro existia antes mesmo da criação da cidade. Aliás, até meados de 1935, Campinas era um município de Goiás, perdendo a condição de distrito quando o seu território foi incorporado à Goiânia.

Localizada na Zona Oeste , Campinas foi fundada em 1810, tornou-se município em 1914 e voltou a ser bairro 10 anos depois. Por sua história centenária, o setor tem características de um bairro-cidade, com uma infraestrutura de serviços independente.

Embora apresente um dia a dia movimentado atualmente, com ruas inteiras dedicadas ao comércio, o bairro preserva características de cidade do interior, com diversas construções históricas compondo a paisagem diária de seus moradores. Um bom exemplo disso é a casa amarela do Setor Campinas.

A casa amarela do St. Campinas: a construção mais antiga de Goiânia

A casa mais antiga de Goiânia está localizada na Rua Senador Morais Filho, esquina com Avenida Sergipe, no Setor Campinas, o bairro mais antigo da capital, e foi construída em 1925 pelo alemão Karl Bartolomeo Steger.

A residência, assim como o restante do bairro que, até então, funcionava como um povoado-município, ajudou a escrever a história da capital. Inclusive, boa parte do centro histórico de Goiânia fica no Setor Campinas, assim como no Setor Sul da cidade (presente no mapa da cidade desde sua concepção).

Goiânia em 2024: desenvolvimento e qualidade de vida

Reconhecida nacionalmente como a capital da música sertaneja, Goiânia é uma das melhores capitais para morar no país. Com recorde de metros quadrados verdes por habitante, a capital baseia sua qualidade de vida no lifestyle outdoor dos parques e praças públicas, que ficam cheios de vida aos finais de semana.

Outro destaque do município é seu mercado imobiliário, que vem crescendo cada dia mais. Em 2023, a cidade foi a 4º cidade com maior valorização imobiliária do Brasil. Por isso, comprar um apartamento em Goiânia, especialmente as opções de alto padrão, é um investimento certeiro na cidade, que vive uma crescente na demanda de imóveis de luxo.